Requerimento solicita esclarecimentos de Secretaria e Conselho Municipais de Educação quanto à nomeação de professores temporários para cargos de Diretor Escolar, alunos de zonas rurais sem aulas e mais

por imprensa — publicado 17/03/2022 09h01, última modificação 17/03/2022 09h01

Um requerimento aprovado na Sessão Ordinária desta semana, no dia 14, solicita do Conselho Municipal de Educação justificativa legal para nomeação de professores de contratos temporários (celetistas) a cargos de Diretoria Escolar, e diversas outras informações pertinentes a vínculos de docentes do ensino público municipal.

De autoria conjunta dos vereadores Leandro dos Santos e Mazéh Silva, a proposição ainda requer do Conselho as informações abaixo:

- Lista nominal dos professores de contratos temporários (celetistas) que ocuparam e/ou ocupam o cargo de Diretor Escolar;
- Justificativa legal utilizada para a permanência dos contratos dos professores celetistas no mês de janeiro de 2022, período esse de férias escolares;
- Fundamento legal utilizado para a celebração de contratos de professores celetistas com vigência no mês de julho, prorrogável até dezembro de 2022, além de cópias de todos os editais que regeram os seletivos temporários que estão regulamentando as contratações realizadas pela Secretaria Municipal de Educação no ano letivo de 2022;
- Justificativa legal para a prorrogação dos seletivos 005/2019 e 001/2021, posteriores à data prevista na Lei Complementar nº47/2003, e cópias das portarias de homologação dos referidos seletivos;
- Quais escolas municipais iniciaram as aulas no dia 14/02 e quais não iniciaram;
- Como os profissionais de contratos temporários aditivados cumpriram a jornada de trabalho entre os dias 29/01 e 14/02 de 2022;
- Contratos de celetistas em período de férias, quanto à remuneração dos que estão em gozo de férias;
- Número de profissionais que estão desenvolvendo trabalho voluntário nas escolas e creches municipais.


O vereador Leandro justifica a legalidade do requerimento com base nos artigos 263, 264, 265 e 266 da Lei Complementar nº25/1997, que "Dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos do Município de Cáceres", e na Lei Complementar nº47/2003. Ele foi altamente crítico da atual gestão da Secretaria de Educação, e alertou para possíveis judicializações às quais a Prefeita Eliene terá de responder como consequência.

A vereadora Mazéh relatou denúncias que ela e Leandro, ambos professores, receberam quanto a Diretores de Escola trabalhando sem remuneração, o que é ilegal. Também mencionou pais de crianças do 1º ao 5º ano de uma região rural informando que elas ainda estão sem aulas, apesar do retorno geral das aulas na rede pública.

O vereador Rubens Macedo, líder do governo, foi contra o requerimento justificando que os vereadores não podem requerer informações do Ministério Público Estadual (MPE), ao qual a proposição também foi encaminhada. Também foi contrário, de início, o vereador Isaías Bezerra, o qual discordou das críticas de Leandro e reforçou não haver competência jurídica para o Legislativo Municipal solicitar informações do MPE.

Os vereadores Celso Silva e Negação pediram apenas a retirada do encaminhamento da proposição ao MPE, a partir do qual afirmaram que votariam a favor do pedido de esclarecimentos aos órgãos municipais. Já o vereador Manga Rosa, apesar de concordar com parte das críticas à gestão da Secretaria de Educação, ressaltou ser um cenário prejudicado para todo o país devido à pandemia da Covid-19 e a consequente retração econômica mundial.

O Presidente Domingos solicitou aos autores a retirada do encaminhamento ao Ministério Público, e a matéria foi aprovada por unanimidade, com um prazo de 30 dias para resposta dos órgãos municipais da Educação.